A recente publicação de Filipe Nyusi no Facebook sobre sua viagem ao Reino Unido, especificamente para revisitar a Universidade de Manchester,

 A recente publicação de Filipe Nyusi no Facebook sobre sua viagem ao Reino Unido, especificamente para revisitar a Universidade de Manchester, gerou surpresa e questionamentos entre os moçambicanos devido às alegações de que ele estaria impedido de sair do país por seu suposto envolvimento no escândalo das "dívidas ocultas". No entanto, não há evidências concretas ou decisões judiciais públicas que confirmem qualquer proibição formal de viagem imposta a Nyusi. A sua viagem, conforme descrita, parece ter ocorrido sem restrições legais, o que pode indicar que as alegações nas redes sociais não têm fundamento jurídico oficial ou que eventuais investigações não resultaram em medidas que restrinjam sua mobilidade.

O escândalo das "dívidas ocultas", que envolveu empréstimos de cerca de 2,7 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) contraídos secretamente entre 2013 e 2014 pelas empresas estatais ProIndicus, Ematum e MAM, avalizados pelo governo da FRELIMO sem conhecimento do parlamento ou do Tribunal Administrativo, gerou graves consequências económicas para Moçambique, incluindo a suspensão de apoios internacionais e uma crise financeira. Nyusi, que era ministro da Defesa na época, foi mencionado em processos judiciais, especialmente no Reino Unido e nos EUA, com alegações de recebimento de pagamentos da Privinvest, incluindo 1 milhão de dólares e um Toyota Land Cruiser para sua campanha eleitoral de 2014, além de 10 milhões de dólares para a FRELIMO. No entanto, a Privinvest nega que esses pagamentos fossem subornos, classificando-os como contribuições legais de campanha. Nyusi invocou imunidade presidencial em processos no Reino Unido enquanto era chefe de Estado, mas seu mandato terminou em janeiro de 2025, o que poderia, em teoria, expor ele a processos judiciais, embora não haja indicação de ações concretas contra ele no momento.

Manuel Chang, ex-ministro das Finanças, é o único ainda detido, nos EUA, onde foi condenado em agosto de 2024 por conspiração e lavagem de dinheiro no caso das dívidas ocultas. Chang alega que agiu sob ordens de Nyusi, então ministro da Defesa, mas não há registros de que Nyusi tenha sido formalmente acusado ou detido. Outros implicados, como Ndambi Guebuza e ex-dirigentes do SISE, foram condenados em Moçambique, mas já estão em liberdade.

A reação nas redes sociais reflete a desconfiança pública em relação à transparência e à responsabilização no caso, mas as informações disponíveis não confirmam que Nyusi esteja legalmente impedido de viajar. A sua publicação pode ser vista como uma tentativa de destacar conquistas pessoais e manter uma imagem pública positiva, apesar das controvérsias.[](https://www.dn.pt/internacional/africa-do-sul-vai-extraditar-manuel-chang-para-os-eua-16659611.html)[](https://www.dw.com/pt-002/d%25C3%25ADvidas-ocultas-justi%25C3%25A7a-brit%25C3%25A2nica-reconhece-imunidade-de-filipe-nyusi/a-66720243)[](https://noticias.mmo.co.mz/2024/07/manuel-chang-alega-que-filipe-nyusi-ordenou-assinatura-das-garantias-bancarias.html)

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