A decisão do Governo da Guiné-Bissau de encerrar as operações da RTP África, RDP África e Agência Lusa, com efeito imediato e sem justificações oficiais, representa um grave entrave à liberdade de imprensa e à presença da comunicação social portuguesa no país. A ordem para que os representantes destas entidades abandonem o país até terça-feira agrava ainda mais a situação.
O Governo português, em resposta, classificou a medida como “altamente censurável e injustificável”, destacando a relevância destes meios para as populações de ambos os países e para a comunidade lusófona. A convocação do embaixador guineense em Lisboa para esclarecimentos reflete a seriedade com que Portugal encara o caso, mantendo, no entanto, um discurso diplomático que enfatiza a amizade entre os povos e o respeito pela soberania mútua.
Este não é um episódio isolado, já que em 2017 o Governo guineense suspendeu as mesmas emissoras por alegada cobertura tendenciosa, o que sugere um padrão de restrições à imprensa estrangeira. A ausência de explicações oficiais para a decisão atual dificulta a compreensão das motivações, mas levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e o acesso à informação na Guiné-Bissau.
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