A artista moçambicana Lizha assume vice-presidência das Indústrias Criativas e Culturais: “Este é um momento de esperança e renovação”


 “Assumo esta responsabilidade com a dedicação e o empenho que ela merece”, declarou, visivelmente comovida. A nova dirigente destacou que o cargo é assumido não apenas como um feito pessoal, mas como parte de um esforço colectivo em prol da cultura moçambicana.


Entre as prioridades anunciadas para o seu mandato está o resgate da identidade cultural nacional e a promoção da diversidade artística. “A cultura moçambicana vai muito além da música. Precisamos de reconhecer e valorizar todas as suas vertentes”, afirmou.


Lizha James também apelou à união entre Governo, sociedade civil, agentes culturais e comunidades, enfatizando que só o trabalho conjunto poderá impulsionar o sector criativo. “Conto com o apoio de todos que partilham esta visão”, acrescentou.O discurso de posse foi encerrado com uma mensagem de esperança: “Acredito que, unidos, podemos construir um futuro mais próspero e justo para a nossa cultura.”


Nascida em Maputo em 12 de Dezembro de 1982, Elisa Lisete James Humbane conhecida artisticamente como Lizha James, iniciou sua carreira ainda na infância, cantando em coros religiosos. Aos 14 anos integrou o grupo de house music Electro Base e, em 2000, lançou seu primeiro álbum a solo, Watching You.O reconhecimento consolidou-se com Rainha do Ragga (2005), álbum que incluiu o êxito “4 All Ya”, premiado como Melhor Vídeo Feminino no Channel Music Video Awards. Com Sentimentos de Mulher (2007), Lizha reforçou seu estatuto com temas como “Nuna Wa Mina” e “Nita Mukuma Kwini”, abordando questões sociais como a violência doméstica e o empoderamento feminino.


A artista já foi galardoada com vários prémios internacionais, incluindo Melhor Artista da África Austral (2009) e nomeações ao MTV Africa Music Awards.


Além do sucesso musical, Lizha James é uma defensora activa de causas sociais e uma das principais promotoras da música moçambicana além-fronteiras. Casada com o produtor musical Bang e mãe de uma filha, ela segue inspirando gerações com seu compromisso com a arte e a transformação social.


A nova etapa da sua carreira como dirigente promete abrir caminhos para um sector criativo mais estruturado, inclusivo e valorizado em Moçambique.

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